Procurando entender o universo

Então estamos na primeira sexta-feira de 2020, o dia está nublado, não muito quente, porém bastante úmido. Um dia com cara de fim de feriado.  Cada dia que passa deixo ir um pouco mais das coisas guardadas, decidida mesmo por não querer guardar mais nada, se não preciso no nomento, não vou criar expectativa para uma possibilidade de  precisar depois. Cheguei a conclusão que 10% das coisas que guardo preciso em algum momento, as demais, 90%, só ocupam espaço.

Decidi por pintar o cabelo, não queria fazer isso. Não sei se não queria por descansar os fios da química ou por não querer por questão de ter de fazer mesmo. Não sei. Mas  a pintura já está decidida para o dia de hoje,  e vou fazer. Os fios brancos estão bem grandes... Enfim, vamos a tinta.

Hoje comecei a organizar o espaço do meu estúdio depois de toda a água que acabou vazando dentro dele. O aspecto está bem ruim. Ainda tem cheiro de umidade, aquele cheiro desagradável. O chão e as paredes estão cheios de avarias, a porta está sendo pressionada pela dilatação do piso, dificultando assim o seu fechamento.

Posso dizer que perdi toda a empolgação e estímulo pelo espaço e consequentemente pelo trabalho. Ele estava perfeito, e não está mais. Segundo espaço que se vai...

Vontando na memória...

O primeiro era aquele estúdio dos sonhos, na verdade eu havia idealizado ele por muito tempo. Ele estave na minha mente por bastante tempo. Achava quase impossível alcança-lo mediante a disposição física que eu imaginava. Um dia vimos uma placa de aluga-se em uma casa,  decidimos por ver o imóvel...ao descer para a parte debaixo da casa, encontrei o espaço que eu tinha em mente. Sem tirar nem por, era exatamente, mas exatamente do jeito que eu havia pensado e desejado.

Alugamos a casa, pois ela era muito boa, e consequentemente  levei o estúdio no pacote. Ele estava pronto, era apenas montar o fundo infinito e colocar os móveis que eu já tinha.

Eu era apaixonada por esse espaço. Sempre me pegava suspirando por ter encontrado o que eu mais queria. Ali fiz trabalhos maravilhosos, foi muito bom.

Depois nos mudamos, e foi muito ruim ter que me mudar. Não era apenas o estúdio, era tudo. A casa me fazia muito bem, eu me sentia feliz ali, ela tinha muita paz, sossego, uma vista linda, uma área bem residencial, bons vizinhos, muito espaço e meu estúdio. Foi bem difícil sair dali.

Mas sai...

Levei algum tempo para reorganizar meu trabalho de fotografia. Depois que a "tristeza"passou, fui me adaptando e por fim decidi montar um novo espaço de trabalho. Montei meu novo estúdio. Embora fosse bem diferente das condições do anterior, eu o fiz e comecei a fazer meus ensaios.

Esse espaço  foi atingido, de consequentemente meu trabalho precisou parar. Vazamento severo ocorreu no espaço, e estacionei os projetos fotográficos.

Não sei o que vou fazer para frente, preciso digerir essas etapas e acalmar a mente.  Acalmar, também,  as emoções que brotam desses percalços.  Começo o ano sem saber bem para que direção focar, acredito que seja um período de pausa...rever tudo, ainda não entendi bem a mensagem do universo.  Já consigo entender que a minha permissão à muitas questões ajudou nisso tudo. Então, a reflexão precisa ser para dentro, enxergar isso já ajuda muito.

Vamos em frente!