domingo, 24 de março de 2013

Para dentro

O melhor do domingo é acordar bem cedo e ver o silêncio imperar, é o único dia que tem esta intensidade, pois a maioria das pessoas desfrutam do sono sem hora. O silêncio é muito mais intenso.

Fiz um café, puxei a cortina, abri a janela e fui apreciar o céu, o único que se exercitava no remanejar das nuvens que se moviam para mostrar que a nova oportunidade já começava. Silêncio e cheiro de café é algo fantástico.


Buscamos respostas no aglomerar das pessoas, nas perguntas que se acumulam. Limitamos de forma errada que as multidões, ou os pequenos grupos de pessoas são os únicos que nos trazem respostas,  puro erro, elas estão e sempre estarão dentro de nós, à cada entendimento necessário.

Pensei nas coisas que já  tive, nas mudanças que pratiquei ao longo dos anos, na quantidade de vezes que já escrevi nesta vida.  Já poderia ter uns bons livros publicados.

Lembrei também da palavra missão, que chegou aos meus olhos no meio de uma conversa, e nesta manhã eu percebi que quem me sinalizou isso, não foram os dedos que se expressaram, que a mensagem ia muito além disso.

Verdade, os dons não chegam por caso, não são ofertados como brinde, eles são direcionados à uma proposta que precisa ser entendida e exercitada.

Gosto de motivar o pensar, não sei  tudo, longe disso, mas sei usar a ferramenta que pode dar o caminho do que  precisa ser compreendido. Tem que ter sensibilidade para escutar e saber transcrever.

Enquanto refletia e curtia meu café, ainda com a janela aberta deixando chegar a brisa da manhã, tive vontade de abrir uma caixa fechada que estava embaixo da cama, claro que antes aumentei a dose do café, e espalhei papéis pelo chão.

Era isso, exatamente isso que a manhã do domingo me trazia no seu silêncio. Percepção do dom, exercício da ferramenta, entendimento da missão.



Folheando papéis, livros,  encontrei - "Não se muda o resultado. A mudança começa no entendimento, só a partir deste ponto se fortalece o caminho para que o resultado seja promissor." 

Verdade, mudar o resultado é desgastar a busca do entendimento. Mas como não me dei conta disso antes? E a simples resposta chega: "Tudo tem seu tempo". Nesse momento eu percebi que o céu conversava comigo.

Quando existem dons planejados em  missões e não entendemos, andamos em círculos até que possamos entender. Na insistência do entendimento chegam respostas. Temos  uma tendência a resistir a análise necessária sobre os resultados da vida. Buscamos respostas vindas de fora, quando a sabedoria do entendimento mora nas nossas entranhas, mas não nos esforçamos para ver.

Volto a janela, recarrego no café, e fixo meu olhar no céu... deixo o silêncio falar. "Quando abrimos mão das oportunidades, deixamos de construir história. Quando teimamos com a vida, resistindo ao que nos cabe, deixamos de cumprir o que devemos."  Percebi neste momento o andar em círculos que os meus pés perseguem sem que eu me dê conta. O que era nada, se torna óbvio.

Insisto na sabedoria da manhã, não foi a toa que despertei tão cedo  Fecho novamente os olhos, coloco a xícara sobre a prateleira abaixo da janela e questiono mais uma vez - Como começar?

E novamente a resposta chega - " Já foi começado, você que ainda não percebeu, agora é organizar". Claro... apenas organizar. Volto para dentro e busco nos arquivos do computador, encontro o que criei num impulso, mas não persisti, estava lá para ser organizado, persistido e exercitado.

Escuto o primeiro som do vizinho que abre a janela e grita: Acho que hoje não vai chover não! Percebo que as respostas chegaram ao fim, que agora é sentar, pensar e definir o trajeto.

O vizinho não sabe, mas já choveu, choveu gotas de ensinamentos do céu. ótimo domingo para todos nós.













Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pelo seu carinho!

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...