terça-feira, 18 de outubro de 2011

Um texto me fez refletir sobre o meu apêgo.

Apegar ou não. Hoje li um texto sobre desapego, via uma amiga querida...



Pensei, pensei e vi que o mesmo estava correto do seu início ao fim. Desapegar é fundamental, sem essa atitude nada somos ou construímos de fato, assim é a vida, sua longa estrada cheia de retas e curvas. Tenho que confessar que tenho apêgos, bobos por sinal, mas tenho. Existem pequenas coisas que são enormes na minha vida, na minha lembrança, no meu coração. Nada que faça meu exterior  se tornar mais admirável, não é isso...são coisas pequenas, bobas, mas que fazem parte do que sou.

Namoro algumas dessas peças, sonhei com elas, projetei na minha mente, e as tive, como a criança que espera um saco das melhores balas no domingo. Sou cada uma delas, sim sou, as amo muito e gosto demais de tê-las. Pronto sou apegada e confesso. Posso viver sem o sofá, sem a cama, sem a mesa de jantar. Posso viver sem a televisão plana, mas não posso viver sem a minha latinha de chocolate vazia antiga demais, não posso viver sem meu porta-retrato, ou os "meus", cada um que emoldura minha vida, meus momentos. Não posso viver sem meus livros, mesmo que nunca venha a ler todos, mas não posso perdê-los de vista, tenho algumas pequenas coisas que não posso perder de vista, me desapegar. Acho que todas cabem numa caixa e posso feliz ir embora apenas com ela embaixo dos braços, meu grande tesouro.

Mas  o triste é ouvir que isso é uma grande bobagem, como existem pessoas insensíveis que não podem ler a alma, compreender a fantasia. Sou assim, sou fantasiosa,  posso caber em uma caixa e com ela viajar por todos os lados. Não posso apenas bater a porta e deixar as chaves...o pato tem que vir comigo, a velha fronha de renda e bordada a mão não pode ficar para trás, mesmo que numa cama de casal ela proteja apenas um travesseiro...o meu, basta! Meus olhos percorrem a casa, pelos cômodos que os mesmos podem alcançar, cada detalhe olho com carinho... 

O desapego é necessário, mas apenas aquilo que nos pertença pela sua essência e pela história, onde ambas  ajudaram  a escrever algo em nossa vida. Não podemos deixar para trás, e isso nunca é muito ou grande demais. Me escrevo pelo que construo pelas alegrias e tristezas, e ambas fazem parte do que sou, eu acredito demais nisso.

O meu mundo cabe dentro de uma pequena caixa, só preciso dela, ali está meu tesouro, posso sentar e contar cada história em que fui a protagonista na conquista do que dentro dela está, seja pela alegria, pelo querer, pela lembrança, pela tristeza que se transforma na experiência necessária de todos os dias. Assim vou me construindo, mas não posso deixar de lembrar que o espaço foi se reduzindo, sim foi... Fui uma grande carreta de muitos apegos, hoje sou muito menos, porém muito mais feliz, pouco sempre é muito a questão é que precisamos passar por muitas medidas para entender nossa verdadeira dimensão.

2 comentários:

  1. É exatamente isso De... Perfeito esse teu texto. Bjo querida!

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  2. Texto maravilhoso, Dê!!

    Tbm tenho pensando muito sobre isto, ultimamente. E é exatamente como ela fala no texto. O desapego é fundamental sim, mas tem coisas que nos são tão especiais, tão significativas e que fortalecem tanto os nossos laços de família, que são difíceis da gente se desligar. Mas, no resto...uma boa limpeza ajuda e muito na leveza da alma.
    bjs
    Fe

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Obrigada pelo seu carinho!

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